
Lá estava eu.
Não entrava qualquer um. Era preciso um esforço para participar dela. Posso dizer que por méritos meus que estava lá! De lá não queria sair, e sabia que minha permanência não dependia só de mim. Havia uma pessoa conhecida em quem confio muito que determinava a minha permanência, ou não, nessa festa onde o convidado era tratado como uma pessoa especial e por isso merecia estar lá.
Pois bem, ao longo desta festa fui me comportando de maneira agradável (pelo menos foi assim minha auto-avaliação). Havia uma urna com alguns papéis do lado de fora e uma caneta para que eu escrevesse o que estava achando dela. Isso não era obrigatório, mas até então, a festa estava perfeita e tudo o que eu queria fazer eram elogios. Ao longo da festa fui anotando elogios e achei que fosse hora de depositá-los. Enquanto caminhava em direção à urna, percebi que já não haviam mais tantas bebidas variadas para se tomar e, como um passe de mágica, elas desapareceram do bar. A mesa, que sempre esteve farta, estava completamente vazia, mas não haviam vestígios que um alguém pudesse ter comido sem eu ter percebido. Não haviam migalhas sobre a mesa e nem no chão. Também notei a ausência da urna. Comecei a procurar a urna por todos os cantos.
Os meus passos, sem que me desse conta, estavam cada vez mais rápidos e as músicas que estavam tocando foram substituídas por outras. Músicas que não faziam nenhum sentido à festa e muito menos à minha vida. O medo de sair da festa já me controlava, mas mesmo com essas mudanças loucas em um piscar de olhos, sabia que algo de bom estava sendo preparado.
Eu tenho essa esperança!
De repente, a luz se apagou e tudo ficou em silêncio. Procurei por uma saída mas estava tudo muito escuro. Perguntei a pessoa que conhecia e que confio muito, o por que disso tudo. Ela simplesmente me respondeu que resolveu suspender a festa por um tempo indeterminado e me pediu para ficar em silêncio para ela determinar a continuação ou não da festa...
Eu sei que não sou obrigado a permanecer na festa.
Posso quebrar o silêncio pedindo o final dela... Mas eu não quero isso. Quero a alegria de volta!
Enquanto isso, eu permaneço no escuro e em silêncio esperando que a festa continue ou que a pessoa que eu confio muito, peça minha saída...
Escrito por Jônathas Gondim Rios em Sexta-feira, 05 Setembro 2008
E então...
5 comentários:
Puxa Vida!!! muito interessante, ainda mais com participações no blog agora, muito bom.
Cade o Jonathas que não visita aqui e deixa um comentario?
Escuro....
Ainda andamos no escuro, mas existe algo que pode mudar isso, e só depende de nós:
"Acender a Luz"....
Textos embasados em fragmentos do cotidiano!
É disso que precisamos.
Trazer o horizonte é privilégio de quem tem o coração aberto em prosseguir.
Libertar-mos. É esse o primeiro passo que devemos dar para não sentir mais o chão frio e sem graça da festa artificial em que nos metemos por aí. A permissão, somos nós quem nos concedemos ...
Ótima metáfora...
talvez pelas minhas experiências eu associei a festa a um relacionamento: no início, ela parece maravilhosa, nos sentimos bem,felizes, importantes, temps vontade de expressar o quanto tudo é maravilhoso e quando estamos realmente seguros para fazê-lo: Plim, a urna desaparece como em um passe de mágicas você já não encherga tudo que via no início, é quando alguem decide apagar a luz e tirar a música enquanto resolvem( ou resolve) se acaba ou não com a festa. E nessa espera. parecemos presos... não aptos a abandonar tudo e procurar uma festa mais divertida.
Adorei ( talvez eu tenha viajado nas minhas comparações)
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