sábado, 11 de outubro de 2008

Nem que fale, nem que se cale.

Uma vitrine pode mudar a vida de uma pessoa?

Foi o que aconteceu com Fabinho, em seus 7 anos de permanência nesse mundo. O garotinho deparou-se diante de um enorme mostruário da loja de brinquedos na avenida principal, e foi então que subitamente se apaixonou e tornou um só seu objeto de desejo: uma moto de controle remoto vermelha.


Enquanto as outras crianças compraziam-se em brincar com o futebol, a queimada, o pega-pega, depois da moto vermelha que o fez abrir os olhos para o mundo, ele já não mais conseguia transferir sua atenção a outra coisa, deu-lhe um tédio enorme daquelas brincadeiras habituais.


Por um momento seus sonhos para o futuro tinham-se transformado, ele já não almejava ser mais bombeiro, médico, engenheiro, e sim, motoboy.


Quando completou 19 anos, correu a auto-escola para licenciar-se e, tornar realidade um sonho de tanto tempo, trabalhar por conta própria utilizando sua paixão como ferramenta, o que poderia ser mais conveniente?

Determinado, foi em busca de seu primeiro trabalho contratado por um senhor idoso: entregar um pacote de cor violeta em um endereço comum da cidade. Sentindo-se independente e capaz de qualquer desafio, Fabinho pegou sua moto, que havia comprado há apenas uma semana, a moto vermelha, semelhante aquela da loja de brinquedos e, foi traçar seu destino.
Chegando nesse endereço, tudo parecia muito estranho, entrou em um prédio decadente, confirmou o número do edifício com o porteiro, que afirmou positivamente que ele estava no lugar correto.

Tudo estava caminhando bem de certa forma, se não fosse por um noticiário na televisão da recepção do local, informando que um serial killer havia fugido da penitenciária em um prazo de cinqüenta minutos atrás e, para dar continuidade à sua fuga roubou um veículo motorizado de duas rodas e, procurava vingança ao advogado que lhe colocou na prisão, carregava consigo um pacote embrulhado e, dentro dele uma bomba de máxima potência.
No mesmo instante o retrato falado foi divulgado para que os cidadãos tomassem cuidado e denunciassem ao ver o assassino e, o que Fabinho desconhecia é que sua face era o próprio espelho do assassino.

Sem pensar duas vezes, o porteiro sacou do telefone, de olho atento ao pacote que Fabinho estava em mãos e ligou para polícia num ato de loucura e, nosso garotinho presenciando e vivenciando aquela cena sentiu-se forçado a correr desesperadamente pelo prédio tentando se esconder de uma pessoa que ele não era, ou até mesmo tentando se esconder da idéia de ele ser a pessoa que ele não era.

Segurou com violência seu pacote violeta e, foi descompassado a cumprir sua meta, localizou o apartamento do destinatário de seu embrulho e, tornou o lugar seu esconderijo provisório.

E você? Qual seu esconderijo provisório?
Não seria melhor assumir sua real identidade?

Um comentário:

Ana Paula de Thomaz disse...

Muito bom Fe, escolhi as pessoa certa para postar comigo, bjooo