quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Trapézio!


Sabe qual é a coisa mais importante quando se está no alto de um trapézio? A confiança de que não vou cair. É claro, existe um preparo, as técnicas, o jeito certo de segurar com a mão... Mas quando eu estou lá em cima, eu penso que basta não olhar pra baixo. Eu não tenho medo de altura, mas lá do alto, sei que um erro pode ser trágico. Então eu confio que não vou cair, porque sei exatamente o que estou fazendo. Lá em baixo, existe uma rede de proteção. Não que eu pense em cair, pelo contrário. A rede não é a minha confiança. É a falta dela. Eu não me penduro no trapézio pensando que vou cair na rede e sim que não vou precisar dela. E quanto menos eu pensar na rede, melhor.

Ontem você me perguntou sobre como é confiar. É bem isso, compreende? É como ser a mão que se segura num trapézio, na certeza que não vai cair. Confiança é ter a certeza que não se precisa de uma rede que ampare a queda. É a certeza que posso voar livre de um ponto a outro. Se for preciso cair, a rede está lá. Mas ela não é a própria confiança, e sim a liberdade de ir e vir.
Amar é um salto sem rede. Confiar é segurar firme no que te faz mais livre.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Caminhe!

" Mesmo quando você não sabe para onde vai, ajuda saber que você não está indo sozinha. Ninguém tem todas as respostas. Às vezes, o melhor que podemos fazer é pedir desculpas, e deixar o passado no passado. Outras vezes, precisamos olhar para o futuro e saber que, mesmo quando achamos que vimos de tudo, a vida ainda pode nos surpreender, e ainda podemos surpreender a nós mesmos."
(...)
“Em minhas andanças,eu quase nunca soube se
estava fugindo de alguma coisa
ou caçando outra”.
[Rubem Braga]

Os não ditos!!!

As palavras às vezes cortam como uma faca e de maneira irrefletida ferimos os outros, mesmo se os amamos, sem que haja retorno. Conscientes disso é que em muitos dos casos, nos calamos, quando tudo o que pensamos e sentimos nos queima por dentro.
Essas coisas são os não ditos das relações e da vida.
As palavras que não dizemos, mas não enterramos também, estão sempre entre nosso coração e nossa garganta e nos ferem interiormente. São opções que fazemos, seja para não machucar outras pessoas, seja, simplesmente, pela falta de coragem de sermos nós, inteiros e límpidos.
A comunicação é a base de todo relacionamento saudável. Pessoas que se gostam, que seja na amizade, no amor ou nas relações familiares, devem estar prontas para ser quem são, para perdoar e receber perdão.
Não nos calaríamos tanto se soubéssemos que o outro nos ouviria com a alma, nos entenderia e continuaria a nos amar, apesar de tudo. Mas as pessoas, por mais maduras que pareçam, nem sempre estão prontas para ouvir as verdades, se essas forem doloridas. Assim são criadas as relações superficiais, onde pensamos tanto e falamos de menos, onde sentimos e sufocamos.
Falta-nos um pouco de humildade para aceitar nossa imperfeição, aceitar que o outro possa não gostar de algo em nós e ter o direito de dizê-lo. Falta-nos a ousadia de sermos nós, sem essa máscara que nos torna bonitos por fora e doentes por dentro.
A comunicação na boa hora, com as palavras escolhidas e certas, consertaria muitos relacionamentos, sararia muitas almas, tornaria as pessoas mais verdadeiras e mais bonitas.
Sabemos que as pessoas nos gostam quando nos conhecem profundamente, intimamente e continuam nos gostando. Quando com elas temos a liberdade e coragem de dizer: isso eu sinto, isso eu sou.

Encerrando o Ciclo.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final ( ...) Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração (...) e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.Não há nada mais perigoso que rompimentos que não são aceitos, promessas que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
“Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te : "Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão." (Fernando Pessoa)

Visão!!



Uma maioria de pessoas é incapaz de perceber a diferença entre uma pedra verde e uma esmeralda. Entre um príncipe e um charlatão. Um aliado e um opositor.

E isso é sua própria falha.

Quantas vezes uma pessoa precisa ser picada por uma cobra antes de conseguir reconhecê-las?

Não há culpa que possa ser transferida. Não há álibis ou bodes expiatórios. Esta culpa é apenas própria. Oportunidades serão desperdiçadas, sentimentos serão magoados, danos ocorrerão, e até mesmo vidas serão arruinadas ou perdidas.

Sim, conhecimento é poder, e pagaremos o preço por nossa falta de sabedoria. Nós sempre fomos e continuaremos sendo os responsáveis por nós mesmos.

A ignorância não nos inocenta.

Finito!!

Se a própria vida tem um começo e um final, como poderíamos esperar que para os amores, as amizades, os momentos de felicidade em geral, essa máxima fosse diferente?
A areia nunca pode subir, por mais que se tente

Mas, se você pudesse quebrar essa lei, por um instante, consegue pensar em coisas que faria diferente? Ou em coisas que viveria novamente, mesmo sabendo que apenas as perderia mais uma vez?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Bem feito!!!


Sim, eu confesso que sempre ando armada, onde quer que eu vá, o que quer, que eu faça, sempre estou armada. Não sei viver sem elas, sim, eu sei, não é o mais justo e nobre, porem as possuo. O inconveniente disso tudo é tornar –se vitima delas.
Eu dei um tiro no pé. Não foi você, nem ninguém. Fui eu. E para continuar caminhando é quase tão doloroso quanto ficar parado, pensando na dor. Porque quando eu fui caminhar, sem saber para onde seguir, eu acabei escolhendo caminhos estranhos e tive que voltar no mínimo umas três vezes ao ponto de partida e começar tudo de novo. E quando eu parei para pensar, eu só conseguia lembrar do barulho da explosão e a sensação daquele projétil entrando e dilacerando aquele que me levava onde eu queria ir.
Talvez seja “bem-feito” pra mim. Agora, antes de ir e vir, eu vou pensar muito bem antes de dar meus passos e escolher meus destinos. Mas antes um tiro no pé que um tiro no peito.






"Meu caminho é cada manhã,

Não procure saber onde estou

Meu destino não é de ninguém

Eu não deixo os meus passos no chão"





terça-feira, 15 de junho de 2010

Isso me basta!!!


INDIGNAÇÃO : ato ou efeito de indignar-se, repulsa, revolta, ira, raiva.

CONSPIRAÇÃO : ato ou efeito de tramar, concorrer, maquinar.

PACIÊNCIA : virtude que consiste em suportar os males ou incomodos com resignação e tolerancia.


Que eu tenha muita paciência para suportar minha indignação diante das conspirações. Não entro em confronto com quem não luta com armas limpas. Não me rebaixo para discutir com quem não está a minha altura. Tenho a inteligência a meu favor, isso me basta."

Apenas um lado.


Nenhuma verdade é eterna. Opiniões mudam, horizontes se expandem, amores acabam. Há várias versões pra um mesmo fato, cada uma sob um olhar diferente.Existem sempre dois lados...o bom e o mau, o feio e o bonito, o que você gosta e o que você detesta.Não há como seguir por dois caminhos ao mesmo tempo. Por isso existem as escolhas. Ou você fica, ou vai. Ou você quer, você aproveita, ou não. Ou você toma para você, ou deixa ir.O fato é que para cada acontecimento existe mais de uma versão e para cada sentimento mais de um motivo, de uma razão.O difícil é discernir se o que você está sentindo é correto. Se você está sendo justo com o outro ou sendo egoísta.Sentimentos são sentimentos, não tem dois lados, apenas estão alí dentro de você, quer você queira, ou não!

Colheita.


Sempre ficamos preocupados conosco, jamais vemos o que os outros têm de bom para oferecer. Nos preocupamos com nossos interesses, nossas visões e nossas críticas em relação aos outros. Fazemos julgamentos diante das conclusões que tiramos a respeito das coisas que nós vemos, sem perguntar a outra pessoa qual a sua visão, qual o seu sentimento e quais os seus motivos.Se sempre conseguíssemos ver as coisas boas nos outros julgaríamos menos, erraríamos menos. Mas na verdade, quando olhamos o próximo, estamos apenas procurando os defeitos.
Tentamos descobrir sua maldade, porque desejamos que fosse pior que nós.
Nunca perdoamos aqueles que nos ferem, porque achamos que jamais seríamos perdoados. Conseguimos ferí-los com palavras duras, alegando que o que dizemos é verdade, quando estamos apenas tentando nos esconder de nós mesmos.
Refugiamos-nos no orgulho, para que ninguém possa ver nossa fragilidade.Por isso, sempre que estiver julgando o próximo, tenha consciência de que é você que está no tribunal.A vida, mais cedo ou mais tarde vai cobrar de você pelos julgamentos que cometeu, pela discórdia que semeou. Tudo o que fazemos neste mundo tem reflexo, é você que escolhe o que vai plantar e o que vai colher!

Fôlego!!!


Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história.Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo as vezes arramando tanto.Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme.Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa.Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E (sem saber ) busco respostas que não encontro aqui.Ontem, eu perdi um sonho. E acordei me lamentando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera.E chega mais perto de ser quem ( na verdade) a gente é.

domingo, 6 de junho de 2010

Certo e Errado


Ultimamente tenho andado demasiadamente distraída com fatos relacionados à minha vida. Têm passado despercebido por mim coisas que não costumam. Respostas das questões que minha mente faz ecoar durante todo o tempo, surgem diante de minha visão e, mesmo assim, não consigo prestar a devida atenção nelas. A vida tem e muito destes pequenos detalhes. Somos seres humanos, todos nós. Não somos capazes de reparar sempre o cabelo cortado, a unha pintada, o vestido novo.
As palavras assustam e ferem quando mal empregadas. E a sensação de ouvir algo que está afligindo quem nos está próximo é completamente frustrante. O silêncio nem sempre é a melhor resposta, mas talvez seja a mais sensata delas. O silêncio é, de certa forma, o selo da paz diante de um conflito. É em silêncio que conseguimos ouvir a voz Divina que nos toca e nos guia para o caminho certo. É o momento em que, milagrosamente, a dor parece diminuir.
Somos seres humanos, todos nós. Capazes de magníficos feitos e vergonhosas derrotas. Capazes de fazer o que é certo, mas também o que é errado. O que intriga, acima de tudo, é o fato de que magníficos feitos podem ser alcançados com avareza e trapaça, vergonhosas derrotas podem ser consideradas, também, honrosas e honestas. A vida tem muito destes pequenos detalhes.
A certeza não é uma ciência exata. Podemos nos sentir a pior das pessoas por fazer o ato mais nobre possível, sentir-se "um lixo" ou pior do que isso. Podemos controlar diversas situações utilizando a persuasão e ostentar uma fidelidade que não existe. A certeza é tênue e variável, incerta. Mais um paradoxo que a vida, caprichosamente, fez para nos ludibriar quanto o que se é, de verdade, a própria verdade.
Particularmente, sou do grupo de pessoas que acredita que o certo e a verdade caminham sempre juntos, de mãos dadas. Muitos fingem, omitem e até mentem para manter a harmonia em certos ambientes, certos relacionamentos. E, se eu digo a verdade e mesmo assim sinto-me a pior das pessoas, tento ser inflexível e pensar que eu agi da maneira correta, dentro dos meus limites. Aceito a incompreensão apenas por também ser incompreensiva. O que é complicado, entretanto, é aceitar que a incompreensão por fazer o que se é certo assuste e machuque ainda mais, porque sempre haverá aquelas lacunas da certeza em que só a verdade poderá preencher.
A minha palavra e meus sentimentos estão todos dentre essas lacunas.


"E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar..."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A arte de romper.

Gostaria de lhe enviar uma carta, mas as cartas nunca se apressam e eu sim tenho pressa em lhe comunicar algo. Desculpe fazer tudo por e-mail, acredito que já tenha passado por semelhante situação, mas não sou boa com palavras ditas, faço melhor quando escrevo. Talvez você esteja no trabalho, lendo isso pela manhã; ou mesmo em casa, à noite. No primeiro caso, aviso de antemão que o seu dia será péssimo. Já no segundo, creio que terá insônia.Venho então, por meio desta, pedir-lhe que desista de mim. Isso certamente o surpreende, mas não hesite em fazer o que é certo, já que eu mesma estou lhe indicando o caminho. Como conversamos da última vez, o amor não acaba de imediato, quando se rompe um compromisso. Você tem toda a razão. Eu gosto muito, muito mais do que ontem e menos ainda do que amanhã. Talvez eu o goste eternamente e, com o tempo, esse gostar se transformará em remorso, visto que já é um lamento. E é justamente por gostar tanto, por lhe guardar a mais cara afeição, que desejo que não mais se iluda comigo. Sério. Não valerá à pena se arriscar por mim, mantendo qualquer vínculo ou romance imaginário (platonicamente falando). Não sou o tipo de pessoa com a qual se pode conviver facilmente ou esperar muito. Você bem conhece o meu gênio. Sou forte. Sou absurdamente forte e insensível. E não devo permitir que alguém tão maravilhoso como você perca o tempo com uma calculista, nada merecedora de seu afeto, que sou. De coração: Você merece sim, alguém muito melhor. E o fato de estarmos longe um do outro é ainda melhor, pois evita futura aproximação. É exatamente isso: Cancele seus planos de vir até aqui me conhecer pessoalmente, será inútil. Não pode querer travar conhecimentos maiores com quem é vista como um problema.Tem o claro direito de reclamar os motivos deste tão inesperado escrito. E, na verdade, não há razão específica. O que quero é protegê-lo de humilhações futuras ,toda a seqüência de infelizes ocasiões será um martírio. Quero poupá-lo da imperfeição e de minha insanidade. Eu penso que, apesar de gostar muito, não me vejo como a mulher certa que o fará feliz todos os dias, embora o veja como o homem que sempre estaria disposto a me fazer sorrir. Eu gosto, repito. Eu gosto, mas preciso abusar de meu bom senso, porque acredito que só poderá ser feliz de verdade se estiver longe de mim.
Não se muda o destino de algumas pessoas. Se o meu for na base da tortura, aceito-o. E mereço. Às vezes até minha boa índole me trai, sempre tive meus princípios, nunca fui de sacrifícios e por demais desobediente. Sou muito teimosa e errante, não terei salva minha alma. E me conformo, pois também nunca tive muito juízo. Penso em abandonar a escrita. Sempre penso nisso, é verdade, mas preciso deixar de publicar crônicas por algum tempo. Minha escrita nunca foi saudável. Cada palavra minha faz uma ponte com qualquer atributo de infortúnio. Essa carta por exemplo.


Atenção: Essa carta é apenas um meme que respondi a um outro blog.
Qualquer semelhança com a realidade é mera Coincidência.


Anda Fernanda!!

Esse poema é para dar inspiração a minha amiga Fernanda a voltar a escrever no blog, rs.

Anda... Anda... Fernanda..

Se me escreve um verso..
Não mais me disperso..
Só assim me encanta...
Se recusas escrever..
Não posso descrever
O que me ocorre..
Fica-me um vazio...
Algo perto do frio
Algo em mim que então morre..

Anda... Anda... Fernanda..

Não descanse a ponta dos dedos..
Pois neles residem...
Palavras que incidem
Sobre todos os medos...

Anda.. Fernanda.. Anda...

Anda pelo caminho que espanta..
Com dizeres bonitos..
Os ouvidos contidos..
Que ao ouvi-los encanta...

Anda.. Fernanda.. e ama...

Não pare.. um dia sequer..
Pois cada passo que faz
Sobra um verso por trás...
E um admirador para ler...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Você abre a porta?


Criticar, persuadir e abusar da paciência alheia. Estas são coisas que as pessoas fazem o tempo todo com muitos daqueles que as cercam. Fingir, ignorar e depois dizer que sempre estivera presente. Talvez isso nem seja tão ruim quanto achar que determinadas pessoas realmente são passivas às vontades e anseios de si. Achar que seres humanos são eternamente dependentes e que com o estalar de dedos, surge um ser solícito e solidário. Doce erro.Desta vez, sou eu quem visita o passado. Bato em sua porta e, não querendo ser tão inconveniente, peço um chá e alguns minutos de prosa. Por um momento, até pensei em saborear o gosto da vingança e constatar que as moedas sempre têm duas faces. Mas meu coração amolecido ainda entristece, mesmo contra a vontade da minha mente, ao ver uma pessoa desesperada e orgulhosa diante de mim. Posso ver através de seus olhos que não há nada bem, que o terror do arrependimento ainda assombra-a. Posso sentir, posso ter certeza, pois os sonhos me contam tudo o que acontece.O que era para ser unicamente uma constatação, agora é um misto de pena e vontade de ajudar. Enquanto seu corpo e seu sorriso dizem que está tudo bem, a alma grita, implora por uma ajuda, um alívio. Fantasias e mentiras são contadas. Inúmeras, de todas as formas. Um amor é forjado, confabulado, mas tudo não passa de mera ilusão.Sei que têm pesadelos. Sei que os ecos de “Agora eu sei que você não é aquilo que pensara” perturbam as suas noites e os seus dias. Só queria que ficasse claro que a felicidade bate nesta mesma porta em que bati, mas a soberba e o orgulho besta com costumes infantis impediram-na de deixar tudo aquilo que você sempre sonhou entrar por este portal. Chances de ouro surgem em todos os instantes, é preciso atenção.Infelizmente, meu caminho está trilhado bem longe deste que escolhera para si. Enganou-se se pensou que eu estava exclusivamente pronto aos seus encantos. Sempre fui e sempre serei livre, pois a vida me concedera o livre arbítrio e eu sei usufruir com total consciência. Não posso ajudá-la com mais do que um conselho: Jamais deixe de abrir a porta novamente. Não ache que a mesma felicidade bate a porta sempre que desejar.

" Eu vejo a vida melhor no futuro,
Eu vejo isso por cima de um murro,
De hipocrisia,
Que insiste em nos rodear"

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pulsa o impulso!


O que quero contar é tão delicado quanto à própria vida.E eu quereria poder usar a delicadeza que às vezes tenho em mim, mas o lado da grossura que é o que me salva.
Sou o que se chama de pessoa impulsiva: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente.
Há um perigo em mim: se reflito demais deixo de agir.
Sob um impacto de um impulso já fiz bem a algumas pessoas, outras machuquei.
Às vezes meu impulso é benéfico, a alguém ou a mim mesma.
Às vezes restringir o impulso me anula, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força.
Dizem que a impulsividade é infantil, mas NÃO quero me tornar uma pessoa adulta.Temo me tornar adulta demais – eu perderia um dos prazeres do que é ser infantil, o que tantas vezes é alegria pura.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. O bom é ser inteligente e não entender, é como ter a loucura sem ser doida...(risos)
Quero entender um pouco. Não demais.E já não posso fazer mais nada, já nasci.
(...)
"Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar..."
(...)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Desfolhar.


Pode ser que eu me arrependa de cada palavra que direi, alias pode não, irei me arrepender com certeza, sei que às vezes pode parecer até banalidades, mas não tenho vocação para compartilhar, acredito em coisas sinceramente compartilhadas, no entanto não fui agraciada com em essa virtude. Faz bem? Não, eu diria. Faz mal? Diria que também não.


Diria na verdade que existe um meio termo neste único e exclusivo caso, por que afinal não creio em meio termo. Nesse caso existe uma balança que pondera o compartilhar e o não compartilhar, por vezes me protege e por vezes quase me sufoca. Quase eu digo, por que desde criança aprendi a prender a respiração por aproximadamente 60 segundos, por isso não sufoco facilmente, na verdade tenho por concepção que somente os fracos é que gostam de compartilhar, confesso que por vezes acho uma concepção absurda, contudo zelo por ela. Certo dia me disseram que a transparência era o segredo de compartilhar, realmente tentei carregar essa transparência para facilitar as coisas, deixo essa transparência para quem tem dom, e nesse caso ainda não possuo.

Sabe quando uma coisa mexe com você? Como não mexia há certo tempo, quando você sente que não é apenas mais uma coisa, sente que não é superficial, não cria expectativa, porem é diferente. Não deposito fichas em quase nada e em quase ninguém, dizem que sou pessimista, me contraponho dizendo que sou realista. Talvez essa seja minha maior vulnerabilidade, esperar que as pessoas depositem fichas em mim e mesmo assim corresponder poucas delas. A simplicidade me mata, me joga ao chão, me tira o sono, me tira a razão, não gosto do simples, não sei lidar simplesmente com isso. Erro, peco, na maior parte das vezes por querer ter a arte de simplificar as circunstancia, fui acostumada com a complexidade, com a conquista, com o oportunismo.


Por essas e outras que até mesmo para falar algo, preciso de uma construção de enredo inteira, para mim se não for paradoxal e transitório não tem a mínima graça. Voltando a dissertação anterior, pode ser que por um momento de vulnerabilidade, de vazio, as coisas que parecer ser sem importância preenchem espaços, isso seria até hipócrita dizer, talvez para mascarar o que algo realmente acontece.


Sim, se foi, e mesmo contudo turbulento, deixou marcado, mas marcas também são apagadas não só com o tempo, como também quando se esfrega sua superfície ou maquia para ficar cada vez mais fraca, digo que quando se foi, essa marca já estava bem clara, já havia passado, desgostar na minha essência é bem mais fácil que gostar. Na minha essência difícil é se dedicar verdadeiramente a algo, o que no meu ver eu fiz na proporção que achava melhor, suficiente? Talvez não, deficiente? Na vida a gente aprende errando.


Quando nada e nem ninguém mais fazia uma folha sequer cair daquela histórica arvore no meio do campo, com toda sua imponência, que sobreviveu a outonos sem desfolhar e a primaveras timidamente a florescer, eis que surge uma leve brisa, aquela na qual parece transcender uma tempestade, geralmente e teoricamente tempestades quando surgem inicialmente são rápidas e pouco devastadoras, no entanto quando surge de uma leve brisa cortante, não há arvore por mais bem afixada em suas raízes que resista. E foi assim que surgiu como uma leve brisa, que foi envolvendo, e que mesmo sem gerar uma tempestade desfolhou aquela tão notável arvore. Como há muito tempo os galhos não balançavam, parecia sentir algo que não era superficial, não era intenso tão quanto foi, quando aquele que foi se foi. Todavia poderia tornar-se, o vento parecia abraçar a arvore a envolvia de tal forma, que ela altiva resistia mesmo não querendo. E ela simplesmente derrubou uma boa parte de suas folhas no chão, folhas velhas, folhas que já eram para ter caído, e que ninguém até o presente momento havia feito.


Se existe épocas de desfolhar e de florescer são por que as arvores necessitam de renovação, mesmo assim tende a persistir e a resistir contra os fatores da natureza.


E a dona desta arvore? Sou EU que vos escrevo esse texto, confesso que fiquei enternecida com as folhas no chão, fui as recolher e até senti a esperança que mais pudesse cair, contudo assim que toquei nas folhas eles se desfizeram, percebi que por mais que os galhos e a arvore toda estava balançando, aquilo não iria durar muito mais tempo, e eu como uma jardineira com experiência estava certa, não cabia a mim adubar a terra para que as folhas ficassem fortes, cabia ao vento que balançou a arvore, trazer com ele o adubo necessário para florescer.


O que não foi feito, ao invés disso o vento trouxe uma espécie de poeira que parecia novamente impregnar nas folhas,quase mesma poeira de quando aquele que foi deixou. A arvore ficou abalada, eu como jardineira tentei por mais de uma vez, não me contentava com aquilo, precisa tirar a prova real de que aquilo realmente não funcionaria, peguei sacos de adubo e coloquei em cada parte da raiz. Em vão não era aquilo que realmente aquela arvore valente precisava, ela precisava de uma primavera sem timidez, mas para isso precisava desfolhar com um forte vento para se renovar. E assim a arvore continua em seu campo, não esperando por outra brisa, nem por outonos, nem por primaveras, esperando que naturalmente suas folhas e suas flores se renovem. Você brisa não foi suficiente, assim como não foi, aquele que se foi.


Parafraseando um pouco, eu jardineira diria que:




“Leve, leve, muito leve,


Um vento muito leve passa,


E vai-se, sempre muito leve.


E eu não sei o que penso


Nem procuro sabê-lo.”


Por fim,

Garotos não resistem aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu, sempre tão espertos
Perto de uma mulher, São só garotos
Perto de uma mulher, São só garotos.